FRANCISCO SOARES
Francisco Manuel Antunes Soares é Prof. Associado Visitante no PPG-Letras do Inst. Letras e Artes da FURG - Univ. Federal do Rio Grande. É, também, Prof. Associado, com Agregação, da Universidade de Évora. Também Prof. Titular pela Universidade Agostinho Neto em Angola e na Universidade Katyavala Bwila. Foi Vice-Reitor da Univ. Independente de Angola, na qual fundou a Fac. Psicologia e Ciências da Educação, e Vice-Presidente do Conselho Científico da Univ. Metodista de Angola, para além de Director do Instituto Superior Politécnico Katangoji (Luanda). É membro do CITCEM (Fac. Letras - Univ. do Porto), Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória. Co-fundou e coordenou o Mestrado em Estudos Lusófonos da Universidade de Évora e foi co-fundador do ACTAE ? Centro de Investigação em Ciências Políticas e Sociais, hoje associado ao NICPRI. Tem colaboração dispersa em jornais e revistas da especialidade (Literatura, Literaturas Africanas, Teoria da Literatura), sobretudo em países lusófonos.
Publicou, entre outros, os livros Kicôla: estudos sobre a literatura angolana no século XIX (I. Luanda: Mayamba, 2012); Teoria da Literatura: criatividade e estrutura (Luanda: Kilombelombe, 2007). Antologia da nova poesia angolana (Lisboa: IN-CM, 2001). Participou, com capítulos ou prefácios, em vários livros colectivos, os últimos dos quais António Jacinto e a sua época: a modernidade nas literaturas africanas em língua portuguesa (Lisboa: CLEPUL, 2016); Como se lê um texto literário (Luanda: Mayamba, 2011); Viriato da Cruz: o homem e o mito (Luanda; Lisboa: Chá de Caxinde; Prefácio: 2008 [coord. Edmundo Rocha, Francisco Soares e Moisés A. Fernandes]).
Informações coletadas do Lattes em 03/07/2020
GÁRGULA – Revista de Literatura. No. 1 - Brasília, 1997. [Instituto Camões. Impressão: Thesaurus Editora]
Ex. bibl. Antonio Miranda
QUE AOS HOMENS ABRACE
Divina, a louca,
Rasgando feridas
À noite absoluta
E pouca.
Que passe por nós,
Saudade solta:
Além da palavra,
Do açoite, a terna
Verdade nos lace,
Lisa, e nos açoite
Enquanto perpasse
Longe sua noite.
AQUI, NADA.
Além um voo.
Um cio da ave,
Uma partida.
Teias de sal,
Olhos de aceno
E tronco
De metal.
Ali nada
Um cio da ave
Telhas de sal...
Aquém do voo
E da partida:
Olhos de comovida
Cal.
No céu: a pouca vida.
Sem bem. Nem mal.
ADORO E CREIO
Porque Deus é o que me falta.
E Deus não veio
Porque não soube morrer.
Estou vivo porque tenho
De regressar diverso.
Um homem é um aviso.
O HOMEM TODO É SIMPLESMENTE
E o nome a ponte sobre o mar.
Imola no pulmão purgado
Esse navio, empedernindo
A rota para além do cabo.
Secreto e justo o fim da ilha:
—Lívida larva, lua ganha
Na remoção cativa
Do abolido fado.
Ausente, pois, a liberdade.
Rastejem vermes no sertão
Sujos da lama no diamante
Fervido em sangue, ao som do mar,
Com a certeza da cisão desperta...
Hoje vivemos a verdade incerta
Sem pressa. Tranquila. Dirias?
Nem uma sombra, nem longínqua
Vai colhendo, saudosas se cega,
O miolo vazio e triste da promessa
Antiga. Dos nossos avós.
Um deus calmo, pois, te dará
O desejo longo de libertares
O mar ondulante no capim.
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Página publicada em julho de 2021
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